Em uma recente pesquisa realizada pela plataforma F1000Research foram catalogadas 46 espécies de plantas utilizadas para uso medicinal por comunidades peruanas. Com um vasto conhecimento deixado pelos ancestrais incas, os povos indígenas dessa região dominam essa habilidade através dos séculos até os dias atuais.
Falantes do idioma quíchua, seis comunidades foram analisadas na região de Incahuasi, dos 32 entrevistados entre mulheres e homens, 4 eram curandeiros e 1 parteira.
Entre 22 famílias botânicas e 42 gêneros, as mais utilizadas são pertencentes ao grupo das margaridas (Asteraceae), e segundo a tradição local elas apresentam propriedades anti-inflamatórias e auxiliam no tratamento de infecções e resfriados. Vale ressaltar que a conhecida pelo bem-me-quer e mal-me-quer, além de ser uma queridinha nos jardins por sua ornamentação é uma perene de sol pleno e que resiste bem a baixas temperaturas.
Seguindo na lista aparecem o grupo das mentas (Lamiaceae) que já aparecem no conhecimento global para o tratamento de gripes e resfriados, agregando nessa sabedoria mundial elas também ajudam em sangramentos pós-parto, dores de estômago e joelho. As mentas são plantas de cultivo em meia-sombra e se adaptam bem a diversos climas.
Aproximadamente um quarto das espécies estudadas são utilizadas em tratamentos de infecções virais, 5,8% em complicações do parto e 4% para possíveis ocorrências causadas pela grande altitude geográfica dos Andes.
Os autores do estudo ainda afirmam que a etnobotânica oferece caminhos acerca do impacto biológico de uma gama de plantas, o que pode resultar na descoberta de novos medicamentos.
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